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Foto do escritorAlexandre Costa

POLÍCIA IDENTIFICOU UM DOS SUSPEITOS DO ATENTADO TERRORISTA À SEDE DO "PORTA DOS FUNDOS"


A Polícia Civil do Rio de Janeiro está procurando uma pessoa apontada como uma das participantes do ataque contra a sede do Porta dos Fundos, ocorrida no último dia 24 de dezembro. Filiado ao Partido Social Liberal (PSL), o empresário e militante de extrema direita Eduardo Fauzi Richard Cerquise está foragido e é suspeito de ser um dos cinco participantes do atentado a bomba à sede da produtora, do Porta dos Fundos, na véspera de Natal.

Segundo a revista Exame, Fauzi tem mais de 15 registros criminais, dos quais 12 como autor. São ocorrências como acusações de lesão corporação, ameaça, coação no curso do processo, agressão configurada na Lei Maria da Penha, desacato e exercício ilegal da profissão. Presidente da Frente Integralista Brasileira (FIB) no Rio de Janeiro, o suspeito escapou de operação policial realizada na manhã de hoje (31) na Barra da Tijuca e endereços na zona norte e no centro, na qual foram apreendidos R$ 199 mil, computador, uma falsa arma de fogo e munições. Ele foi identificado por câmeras de segurança.Em 2015 foi preso por agredir o secretário de Ordem Pública do Rio Alex Costa, após operação de fechamento de estacionamento irregular na região central.

A reportagem do jornal O Globo destaca que "Fauzi, que tem 20 anotações criminais — entre elas por ameaça, lesão corporal, desacato, extorsão e Lei Maria da Penha — é presidente da Associação dos Guardadores Autônomos de Veículos São Miguel. Segundo denúncias encaminhadas a Polícia Civil, Fauzi exercia ilegalmente a atividade econômica num estacionamento no Centro do Rio, que não teria alvará da prefeitura para funcionamento."

Fauzi é considerado foragido. Desde 2011, a 5ª DP (Mém de Sá) possui um inquérito sobre a suspeita do envolvimento de Fauzi na participação de milicianos no comando de estacionamentos irregulares no Centro do Rio. A investigação apura crimes de formação de quadrilha e ameaças. Há sete anos a delegacia apura o caso e até agora não chegou a uma conclusão."

Além de ser filiado ao PSL, o suspeito de ser um dos autores do atentado terrorista à produtora de vídeos Porta dos Fundos na Zona Sul do Rio, o economista e empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, também é investigado por possível atuação de milícias na cobrança de estacionamentos rotativos no Centro do Rio.

O termo “integralismo” foi o mais buscado nas redes sociais no Brasil no Natal deste ano. Isso porque um vídeo divulgado pelo Comando Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira reivindicou a autoria do ataque a bomba à sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, na madrugada de 24 de dezembro último. O ataque teria sido uma represália ao Especial de Natal do Porta dos Fundos deste ano, exibido pela Netflix, e no qual Jesus é retratado como gay.

Em vídeo, a BBC Brasil explica o que é esse movimento de extrema-direita, em atividade desde os anos 1930, e que segundo o professor de História Leandro Pereira Gonçalves nunca deixou de existir no Brasil. “É a expressão máxima da extrema-direita brasileira”, afirmou o especialista da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor de livros sobre o tema, em entrevista à emissora pública britânica.

Em artigo publicado no jornal O Globo, nesta segunda-feira (30), o humorista Fábio Porchat questiona o ataque e as supostas razões dos criminosos. “Sátiras são fundamentais para que uma sociedade democrática (como, por acaso, ainda é o Brasil) possa rir de si mesma. Ah, Fabio, mas, se eu fizer uma piada com a sua família, dizendo que eles são todos uns imbecis e babacas, você vai gostar? Não, não vou. Mas você pode fazer.”Viva JesusPorchat, que faz o papel de Orlando, o namorado gay do Jesus interpretado por Gregorio Duvivier no Especial de Natal, lembra que satirizar a Bíblia não é contra a lei, mas chutar a Nossa Senhora é.

“Depredar centros de Umbanda é contra a lei. Dizer que você tem que parar de tomar remédio e só quem cura é Deus é contra a lei. Jogar coquetel-molotov em uma produtora porque não gostou do que ela produziu é contra a lei”, reforça.“E, veja, brincar com a imagem de Deus não é intolerância. Intolerância é não querer deixar que brinquem. Impedir alguém de professar a sua fé, de acreditar no que quiser acreditar — porque existem várias religiões, sabia? —, de demonstrar a sua fé, isso é intolerância. ”O artista chama a uma reflexão: “o Porta dos Fundos fez Especial de Natal em 2013, 14, 15, 16, 17, 18 e nunca houve nenhuma reação violenta direta. Por que será que, em 2019, algumas pessoas se sentiram à vontade para atirar coquetéis molotovs na nossa porta? O que mudou neste ano especialmente para que pessoas tivessem essa audácia justamente agora? Eu tenho um palpite.

E você?”, ironiza.“Sabe quando na infância a criança acende uma bombinha e joga no bueiro pra ver sair dali barata? O Especial de Natal do Porta dos Fundos é essa bomba, só que desse bueiro saíram baratas, ratos e monstros. E me orgulho de fazer parte de um núcleo criador que escancara nossa podridão. E, se você foi um dos que comemoraram as explosões, ou concordou com elas, ou as justificou de alguma forma, sinto dizer, talvez você seja uma das baratas, dos ratos ou pior, um dos monstros. Viva o humor! Viva a liberdade de expressão! Viva a tolerância! E, por que não, viva Jesus!”


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