De acordo com a colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (19/5) que "se não tiver auditoria, não vai ter eleição. As declarações de Bolsonaro são mais um indicativo de que ele pretende dar um golpe caso seja derrotado na eleição de outubro. Apoiadores do presidente teriam afirmado que ele pretende acionar Forças Armadas, CGU e AGU para impor uma auditoria nas eleições.
A ideia é que as Forças Armadas, a CGU e a AGU ajudem na auditoria que deve ser contratada pelo PL, atual partido do presidente. A estratégia é de que cada uma das instituições acione o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) separadamente para atuar na fiscalização do pleito. De acordo com a colunista, os militares têm ressalvas à estratégia de envolver as três entidades no processo eleitoral. "As Forças Armadas não fazem auditoria", destacou uma fonte do ministério da Defesa.
As declarações do presidente Bolsonaro são verdadeiras ameaças à democracia e às instituições públicas, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os sucessivos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e ao poder Judiciário do país têm gerado indignação de autoridades, políticos e de diversos movimentos sociais e de trabalhadores. As notícias de que juristas e professores enviaram um documento à Organização das Nações Unidos (ONU), repudiando os ataques de Bolsonaro às urnas, demonstram que o Brasil vive um período de tensão e de ameaças à democracia. Diante da tentativa do presidente de desestabilizar as instituições e o próprio país, o ministro Fachin informou na terça-feira (17/5) que a eleição no Brasil terá pelo menos cem observadores internacionais. Na última sexta-feira (13/5), o TSE concluiu testes nas urnas eletrônicas e reforçou que ninguém conseguiu alterar votos ou afetar apuração. O sistema foi implementado nas eleições municipais de 1996 e nunca uma acusação de fraude foi comprovada.
