O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, na noite desta quarta-feira (2/6), foi estratégico. Acuado pela CPI da Covid e pelas manifestações que levaram milhares de brasileiros às ruas das principais cidades do país, Bolsonaro defendeu as privatizações, em cadeia nacional. O presidente negacionista, chamado de genocida e acusado de contribuir com as mais de 450 mil mortes por coronavírus no Brasil, trouxe a público um tema que divide a esquerda e a direita, não apenas no país, mas também no mundo.
Por trás da provocação de que "as estatais, no passado, davam prejuízo de dezenas de bilhões de reais, devido a corrupção sistêmica e generalizada", citando a Caixa Econômica Federal como exemplo: "bateu recorde de lucro, mesmo reduzindo juros", está a intensão de demarcar terreno, trazendo para o seu lado ou, quem sabe, de volta, aqueles que o elegeram. Em maio, Bolsonaro já havia utilizado informações falsas e que foram desmentidas.
No primeiro ano do governo Lula, em 2003, a Caixa teve o maior lucro de sua história até então. No ano seguinte, o banco teve lucro de 1,4 bilhão de reais. Em 2005, o lucro da Caixa subiu 46% em relação ao ano anterior , passando para 2,07 bilhões. Em 2006, novo recorde: 2,38 bilhões de lucro. Em 2007, 2,5 bilhões de reais de lucro. No ano seguinte, lucro líquido de 3,9 bilhões de reais, 62,3% superior ao registrado no ano anterior. Em 2009, lucro foi de 3 bilhões de reais. Em 2010, último ano do governo Lula, o lucro da Caixa subiu 25% em relação a 2009 e fechou o ano em 3,8 bilhões.
Durante seu pronunciamento, o presidente exaltou a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas pelo Brasil e citou a produção de IFA no país, que inicia em breve no país. Bolsonaro também mencionou a expectativa de crescimento da economia para este ano, que deve ficar acima de 4%.