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Foto do escritorAlexandre Costa

DISPUTA PARA O GOVERNO DO RS SEGUE INDEFINIDA E INGRESSO DE MANUELA PODE MUDAR O CENÁRIO ELEITORAL


A disputa para o governo do estado do Rio Grande do Sul permanece indefinida. Eduardo Leite poderá tanto concorrer a presidente, ser indicado a vice ou buscar a reeleição ao Piratini. Tudo vai depender das negociações em torno da candidatura de Simone Tebet (MDB) e uma possível composição com o PSDB, partido do ex-governador gaúcho.


Já em relação à construção de uma frente de esquerda, o nome de Manuela D'Ávila (PCdoB) aparece como uma solução para equacionar pequenas diferenças entre PT e PSOL.


Além disso, caso Manuela aceite o desafio de ser candidata a governadora, o cenário político deve mudar completamente, criando a tão esperada unidade entre os partidos de esquerda e centro-esquerda.


Em síntese, Manuela tem a densidade eleitoral que possibilita à esquerda chegar ao segundo turno, o que dificilmente acontecerá com os atuais pré-candidatos do PT, Edegar Pretto; e do PSOL, Pedro Ruas.


Desde a visita de Lula ao estado, a busca por um nome de consenso para disputar a eleição a governador do RS tem sido o maior desafio dos partidos alinhados à candidatura do ex-presidente. O tema é espinhoso e ninguém parece à vontade para se manifestar publicamente.


BETO NÃO É DE ESQUERDA O pré-candidato ao governo do estado pelo PSOL, o advogado Pedro Ruas, apontou de forma clara e objetiva as restrições do seu partido para subir no mesmo palanque eleitoral de Beto Albuquerque (PSB). Para Ruas, é inadmissível compartilhar o mesmo espaço com quem apoiou e participou dos governos de José Sartori e de Eduardo Leite.


RECÍPROCA VERDADEIRA Porém, a recíproca é verdadeira. Beto externou sua discordância em ter o PT, PSOL e PCdoB como aliado no RS. Considerado de direita pela esquerda gaúcha, o ex-deputado se mostra indiferente à decisão da executiva nacional do PSB, que recebeu Geraldo Alckmin de braços abertos para que se tornasse o vice de Lula.


PESQUISA INTERNA Enquanto as negociações avançam a passos lentos, sobram farpas, boatos, especulações e informações não confirmadas. Uma delas, a que parece mais verossímil, é a de que existe uma pesquisa interna do próprio PT, em que Manuela D'Ávila (PCdoB) contabiliza mais votos que Edegar Pretto (PT), Pedro Ruas (PSOL) e Beto Albuquerque (PSB) juntos. Verdade? Exagero? Boato? Seja como for, se existe de fato uma pesquisa e se ela realmente revela tamanha disparidade entre Manuela e os demais pré-candidatos, a tal avaliação está guardada a sete chaves. Enquanto as informações não vêm à tona, o que vale mesmo é o pedido de Lula para que o Rio Grande do Sul trabalhe em torno da unidade dos nomes para governador(a), vice e senador(a).


REELEIÇÃO OU 3ª VIA Caso PSDB e MDB não firmem acordo em nível nacional, o ex-governador Eduardo Leite poderá finalmente ser candidato a presidente. Ainda que esfacelada, a tão anunciada terceira via será comandada por Leite, que terá de superar o drama de ver os votos pulverizados, principalmente, entre Tebet e Ciro Gomes (PDT). Mas se as negociações evoluírem e a coligação se concretizar, Leite tanto poderá ser indicado a vice-presidente ou tentar a reeleição ao governo do estado do RS. No caso de retornar aos pampas, terá de explicar aos gaúchos a sua mudança sobre o conceito de reeleição, além de tentar fazer o eleitorado esquecer a sua desastrosa manobra eleitoreira pelo Brasil a fora.


O Rio Grande do Sul nunca reelegeu governadores e, no período democrático, um mesmo partido nunca venceu duas eleições seguidas. É o único estado no país que não reconduziu um governante ao cargo, desde que a reeleição foi instituída, em 1998. Este histórico pode ser um desafio para Eduardo Leite ou pode reforçar sua decisão de não concorrer a reeleição. Seja como for, o atual cenário político do estado é de poucas certezas e muitas especulações.


De acordo com pesquisas de intensão de voto do RealTime Big Data para o Piratini, divulgada no dia 27 de maio, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite são os nomes mais fortes na disputa ao Piratini. No entanto, o cenário eleitoral conta também com Vieira da Cunha (PDT), que lançará sua pré-candidatura, na noite de quarta-feira (8/6), em um evento no Bar Opinião. Vieira da Cunha terá o apoio do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato à presidência da República. Ciro desembarca na quarta e durante três dias terá agendas com o pré-candidato do PDT.


DESAJUSTE DE CENÁRIOS Os desajustes entre os cenários regional e nacional tornam o ambiente político ainda mais conturbado. Vieira da Cunha, por exemplo, vem sendo procurado por Beto Albuquerque do PSB e por lideranças do MDB. A possibilidade de uma aliança entre PDT, PSB e MDB torna a disputa ao Piratini ainda mais acirrada. Porém, em nível nacional o MDB de Simone Tebet flerta com o PSDB de Eduardo Leite. Por outro lado, o PSB, que terá Geraldo Alckmin como vice de Lula (PT), pode compor aliança no Rio Grande do Sul com o PDT e o MDB. Diante de tantas indefinições, certo mesmo é que não será nada fácil para os eleitores compreenderem o tabuleiro e as peças que compõem o xadrez político brasileiro.

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