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FILME “ENTRE IRMÃS” RESGATA A FORÇA FEMININA NO CANGAÇO

Foto do escritor: Alexandre CostaAlexandre Costa

Lançado em 2017, o filme “Entre Irmãs”, dirigido por Breno Silveira, é uma adaptação da obra da escritora Frances Peebles. Embora tenha chegado aos cinemas há algum tempo, é imperdível, seja pelas narrativas que exploram a força feminina em contextos históricos ou pela história inusitada da obra e da vida da escritora. Lançado em 2008, com o título "The seamstress" ou "A Costureira", o livro foi reeditado e passou a ter o mesmo título do filme. Chama a atenção, a história da escritora, que foi alfabetizada nos Estados Unidos, em Miami, e confessou em entrevista a Rafael Dias, da Revista O Grito!, publicada em maio de 2008, que ainda estava aprendendo o português. Confere a entrevista, se deseja saber mais sobre  Frances Peebles.


Voltando ao filme, a trama gira em torno das irmãs Luzia e Emília, costureiras que vivem em Taquaritinga do Norte, Pernambuco, na década de 1930. A história se desenrola a partir do sequestro de Luzia pelo cangaceiro Carcará, levando as duas a percorrerem caminhos distintos. Enquanto Luzia se une ao bando e se torna uma líder no movimento de banditismo social, Emília segue uma vida mais convencional, casando-se com um homem de família nobre e mudando-se para Recife. Essa dualidade nas trajetórias das irmãs é uma reflexão poderosa sobre a coragem, mostrando que a força não se limita ao uso de armas, mas também se manifesta nas escolhas e decisões cotidianas.


Frances Peebles, ao escrever “A Costureira e o Cangaceiro”, tinha a intenção de dar voz às mulheres em um contexto onde suas histórias eram frequentemente esquecidas. “Não existia uma história das mulheres no cangaço”, afirma a autora, ressaltando a necessidade de se contar essas narrativas. A adaptação cinematográfica respeita e celebra esses personagens, trazendo à luz a complexidade e a força das protagonistas.


O filme, além de ser uma rica adaptação literária, também destaca a importância da representação feminina nas artes. Peebles acredita que a falta de exemplos femininos afeta a percepção de mundo, tornando essencial a presença de mulheres fortes e decisivas na cultura. Essa mensagem é especialmente relevante em uma época em que as questões de gênero e igualdade estão em pauta, fazendo de “Entre Irmãs” uma obra atemporal e necessária.


O trabalho de Breno Silveira e da roteirista Patrícia Andrade foi amplamente elogiado por Peebles, que confessa ter se emocionado ao ver as atrizes Marjorie Estiano e Nanda Costa interpretando Luzia e Emília, respectivamente. Para ela, a fidelidade ao espírito das personagens foi mantida, mesmo que a aparência delas no filme fosse diferente da imaginação que ela havia cultivado por anos.


Para quem ainda não assistiu, “Entre Irmãs” é uma obra que mistura emoção, história e uma representação significativa da força feminina, provocando diversas reflexões profundas. Em um mundo onde as histórias femininas ainda lutam por espaço, “Entre Irmãs” serve como um lembrete poderoso de que a força pode ser encontrada em diversas formas.


Com sua narrativa envolvente e personagens memoráveis, o filme convida à reflexão e à apreciação da coragem e resiliência que muitas mulheres demonstraram ao longo da história.

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