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Foto do escritorAlexandre Costa

FRIGORÍFICOS SÃO RESPONSÁVEIS POR MAIS DA METADE DOS SURTOS DE CORONAVÍRUS DO RIO GRANDE DO SUL


Os frigoríficos respondem por mais da metade dos surtos de coronavírus no Rio Grande do Sul. Ou seja, 52% dos surtos de Covid-19 investigados no estado estão localizados em abatedouros. A informação foi divulgada pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), da Secretaria Estadual da Saúde, a partir dos registros de casos de contaminações.  Dos 44 focos identificados até ontem (27/5) no estado, 23 são de frigoríficos. Além dos números da Vigilância em Saúde, os dados reunidos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) servem de alerta às autoridades que trabalham no combate à pandemia. O órgão contabiliza 2.079 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus entre trabalhadores de 21 frigoríficos distribuídos em 16 municípios gaúchos. O número equivale a 32,1% dos 6.470 casos contabilizados pela Secretaria da Saúde do Estado até a tarde da segunda-feira (25/5).

Cerca de 11 frigoríficos com casos confirmados e 20 mil funcionários estão expostos ao coronavírus. O setor emprega no Estado cerca de 65 mil pessoas, calcula a procuradora Priscila Dibi Schvarcz, do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) que coordena o Projeto de Adequação das Condições de Trabalho nos Frigoríficos no RS. A Secretaria Estadual da Saúde identifica 23 surtos em frigoríficos, em 17 municípios: Arroio do Meio, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Encantado, Farroupilha, Garibaldi, Lajeado, Marau, Miraguaí, Nova Araçá, Passo Fundo, Poço das Antas, Seberi, Serafina Corrêa, Tapejara, Três Passos e Trindade do Sul.


A propagação do coronavírus entre trabalhadores que atuam em abatedouros não atinge apenas os gaúchos. Tanto na Alemanha quanto nos Estados Unidos, já foi detectada uma maior incidência de casos do Covid-19 junto aos frigoríficos. De acordo com especialistas, o problema está relacionado à estrutura das edificações. Os riscos aumentam nas unidades que não possuem ventilação externa, que são mais úmidas e com maior número de trabalhadores nos setores de abate, principalmente na linha de produção de aves e suínos, onde os trabalhadores ficam mais próximos uns dos outros. 

Em função dos focos de surtos de coronavíros identificados em frigoríficos, o governo do estado publicou no mês passado (29/5) uma portaria específica para o funcionamento dos abatedouros gaúchos, durante o período da pandemia. A portaria define medidas a serem adotadas por indústrias para evitar a propagação do Covid-19. “A prevenção é responsabilidade do trabalhador em horário de trabalho ou fora dele, da gestão da empresa, do município e do Estado. Por isso estamos escutando diversas opiniões, para que a Portaria reflita na prática o que decidirmos aqui”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann, durante webconferência com entidades representativas do setor de carnes e derivados, no dia 28 de abril, um dia antes da publicação da portaria. “Queremos evitar surtos localizados da Covid-19, pois atingem não apenas os funcionários dessas empresas, mas seus familiares”, ressaltou Bergmann.


Abaixo, alguns procedimentos exigidos pela portaria:

  • Distanciamento mínimo entre cada funcionário com recomendação de uso de barreiras físicas entre eles;

  • Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs);

  • Escalas e turnos de trabalho para evitar aglomerações na entrada e saída dos expedientes;

  • Oportunizar trabalho remoto aos trabalhadores em grupos de risco;

  • Realizar busca ativa diária de pessoas com sintomas compatíveis com Covid-19;

  • Garantir o imediato afastamento dos trabalhadores com síndrome gripal e notificar esses casos imediatamente à Vigilância em Saúde do município;

  • Adotar ações educativas de divulgação e informação sobre as medidas de prevenção à Covid-19;

  • Disponibilizar sabonete líquido, toalha de papel e álcool em gel 70% em diversos locais da empresa;

  • Higienizar os ambientes e objetos com frequência;

  • Garantir a renovação do ar nos diferentes ambientes da indústria.

Neste momento de combate à pandemia do Covid-19, o www.esquinademocratica.com reitera o compromisso em relação à qualidade das informações publicadas.

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