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Foto do escritorAlexandre Costa

MANUELA D'ÁVILA É O NOME DA ESQUERDA COM MAIOR POTENCIAL ELEITORAL PARA A DISPUTA AO GOVERNO DO RS


Ao que tudo indica, nem mesmo a interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será capaz de garantir a unidade dos partidos de esquerda e centro-esquerda em torno de uma candidatura de consenso para disputar o governo do Rio Grande do Sul. Mesmo depois de anunciar que não será candidata nem ao senado e tampouco ao Piratini, Manuela D'Ávila (PCdoB) é o nome com maior potencial eleitoral, de acordo com a pesquisa EXAME/IDEIA. Em um dos cenários, Manuela aparece com 24% das intenções de voto, atrás de Onyx (PL), que tem 30%, e tecnicamente empatada com Eduardo Leite (PSDB), com 23% das intenções dos votos dos eleitores gaúchos. A pesquisa EXAME/IDEIA confirma o que dirigentes do PT já sabiam. Sem ser candidata, Manuela D'Ávila tem praticamente o mesmo percentual de votos que a soma dos três pré-candidatos considerados de esquerda. Ou seja, Manuela aparece com percentual muito próximo da soma dos votos de Edegar Pretto (PT), com 11%; Beto Albuquerque (PSB), com 11%; e Pedro Ruas (PSOL) com 5% dos votos. Diante das pesquisas que a colocam em segundo lugar na corrida ao Piratini e da possibilidade da sua candidatura reunir no mesmo palanque PT, PSOL e até mesmo o PSB, é bem possível que Manuela D'Ávila reveja sua posição. Ainda mais se o pedido vier do ex-presidente Lula. Neste caso, dificilmente Manu deixará de concorrer. Porém, nada disso aconteceu até o momento e, ao que tudo indica, dificilmente acontecerá. A dificuldade dos partidos de esquerda do RS construírem uma candidatura de consenso para disputar a eleição ao governo do estado está relacionada às divergências em torno dos projetos de cada sigla. O PT parece conformado com a divisão da esquerda e resolveu apostar suas fichas em Edegar Pretto. Mesmo com desempenho tímido de apenas 5% dos votos na pesquisa EXAME/IDEIA, Pedro Ruas mantém a coerência política ao afirmar que o PSOL não pretende dividir o palanque com Beto  Albuquerque (PSB). Para Pedro Ruas, estar ao lado do PSB seria ignorar a história recente do RS, menosprezando a participação nos governos de José Ivo Sartori (MDB) de Eduardo Leite (PSDB).

A posição de Pedro Ruas evidencia a existência de um abismo ideológico entre o PSB de Beto e os demais partidos de esquerda. Mesmo que o PSB seja carta fora do baralho, ainda assim, neste contexto, a candidatura de Manuela pode garantir a unidade entre PT, PCdoB e PSOL. Cabe ressaltar que nas eleições municipais, não foi possível reunir os três partidos no mesmo palanque. Por isso, se Manu aceitar o desafio de concorrer ao Piratini, não deixa de ser um grande avanço em termos eleitorais. Faltando quatro meses para as eleições e tendo por base as pesquisas de opinião, Manuela tem condições de chegar ao segundo turno e até mesmo vencer Onyx e Leite, ao contrário de Pretto e de Ruas.


A única hipótese do PSB subir no mesmo palanque do PT,  do PSOL e do PCdoB será abrir mão da candidatura de Beto e indicar um outro nome com trânsito entre os partidos, o que não é impossível, mas até o momento parece extremamente difícil.

Diante dos cinco mil militantes e simpatizantes reunidos na noite de 1º de junho, no Pepsi on Stage, o ex-presidente fez um pedido aos partidos de esquerda e centro-esquerda do RS, para que sentassem mais uma vez à mesa e definissem juntos um nome de consenso capaz de vencer as eleições ao governo do estado. No entanto, o desafio lançado por Lula parece tarefa maior que a capacidade dos dirigentes regionais do PT, PSB, PSOL e PCdoB. E verdade seja dita, talvez nem o próprio Lula seja capaz de resolver a questão da unidade no estado.

Em meio a tantas possibilidades de apoios angariados por Lula e Alckmin, talvez o Rio Grande do Sul se transforme em moeda de troca para um eventual segundo turno. Não é de se duvidar que na luta contra o bolsonarismo, Eduardo Leite possa ter o apoio de Lula no segundo turno e vice-versa.

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