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Foto do escritorAlexandre Costa

MINISTÉRIO PÚBLICO DO RJ APERTA O CERCO CONTRA FLÁVIO BOLSONARO E SITUAÇÃO DELE SE AGRAVA AINDA MAIS


O cerco ao senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente do Brasil, está cada vez mais forte e intenso. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) já está negociando uma série de delações premiadas com oito servidores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Eles integram grupo suspeito de participar de esquemas de “rachadinha”, lotados nos gabinetes de Flávio Bolsonaro e outros deputados. Os desvios de dinheiro público foram registrados nos relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).


Nesta terça-feira (23/6), o Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicou a exoneração de Luís Gustavo Botto Maia, um dos alvos da Operação Anjo, que resultou na prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, preso na última quinta-feira (18/6), em Atibaia (SP). De acordo com a investigação do Ministério Público Federal (MPF), Maia, que trabalhava com o então deputado estadual e atual senador, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), teria destruído provas. Ele tentou enganar os promotores e a Justiça no esquema da “rachadinha”.


Em dezembro do ano passado, o MP-RJ realizou mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ex-assessores do atual senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), incluindo Fabrício Queiroz. O ex-assessor do parlamentar está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que ocorria na Alerj, quando o filho de Jair Bolsonaro era deputado estadual. De acordo com relatório do Coaf, Queiroz movimentou R$ 7 milhões entre 2014 e 2017. Em depoimento por escrito ao MP-RJ, em março do ano passado, Queiroz afirmou que fazia o "gerenciamento" de valores recebidos por servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro e coordenava "os trabalhos e demandas" com o objetivo de expandir as redes de contato e de colaboradores do parlamentar.


Prisão de Fabrício Queiroz - foto: reprodução


TENTATIVA DE FRAUDAR PROVAS

Uma ex-funcionária investigada no esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro fraudou as informações de sua folha de ponto, logo após um veículo de comunicação ter pedido o acesso a esse registro de presença de trabalho por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Neste mesmo dia, o governo Bolsonaro publicou decreto que reduziu a transparência da lei.

Os indícios de que uma assessora do então deputado Flávio Bolsonaro participava do esquema de "rachadinha" são fortes e praticamente comprovam as suspeitas do envolvimento do filho do presidente. Citada no relatório do antigo Coaf por ter repassado R$ 155,7 mil a Fabrício Queiroz, a ex-assessora não comparecia ao trabalho (funcionária fantasma) e repassava uma quantia considerável dos seus ganhos a Fabrício Queiroz. Os registros do ponto desta assessora estão vazios, indicando que a funcionária não comparecia ao trabalho. Os valores repassados correspondiam a mais de 76% da sua remuneração, o que comprovam a existência do esquema.


A tentativa de negar o esquema de "rachadinhas" e destruir provas apenas agrava a situação de Flávio Bolsonaro. De acordo com informações coletadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), os pontos foram adulterados, conforme apontam investigadores. O servidor da Alerj, Matheus Azeredo Coutinho, foi quem chamou Luiza e alertou sobre o pedido da Lei de Acesso à Informação (LAI), feita pelo jornal. Coincidentemente, no dia em que foi concretizada a fraude, 24 de janeiro, o vice-presidente Hamilton Mourão assinou um decreto no Diário Oficial da União (DOU), restringindo a abrangência da lei sobre dados e documentos públicos. Conforme o decreto, que foi parcialmente revogado em fevereiro, diversos servidores públicos poderiam alterar a classificação de documentos públicos como sigilosos, por um período de 5 anos. Mourão havia dito que a ordem veio de cima: “o presidente Bolsonaro deu luz verde”.


O servidor da Alerj entrou em contato com Luiza no dia 17 de janeiro, que foi ao gabinete de Matheus no dia 24 de janeiro. Segundo conversas obtidas por quebra de sigilo pelos investigadores, a fraude teria ocorrido ainda com a participação de Fabrício Queiroz, Gustavo Botto, quem supostamente representava Flávio Bolsonaro, e Alessandra Esteves Marins, que até hoje trabalha com Flávio.

Gustavo Botto que supostamente representava Flávio Bolsonaro.

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