A Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta nesta segunda-feira (10/8), afirmando que “a proliferação do coronavírus no Brasil não cai, a cloroquina não funciona e a doença continua ativamente se espalhando pelo país”. Apesar dos seguidos alertas em relação à política de saúde adotada pelo Brasil, o descaso do governo do presidente Jair Bolsonaro com a pandemia do coronavírus e o desrespeito com o sentimento de luto dos familiares dos mais de 100 mil mortos têm sido uma constante por parte de autoridades do país. Desta vez as palavras nada apropriadas partiram do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele disse, que o fato do Brasil ter ultrapassado o registro de 100 mil mortes em decorrência da Covid-19 “fará pouca diferença” na política oficial do governo Jair Bolsonaro para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.
"Não é um número que vai fazer a diferença. Não é 95, 98 ou 101 que vai fazer a diferença. O que faz a diferença é cada brasileiro que se perde. Precisamos compreender como parar o sangramento com diagnóstico precoce, tratamento imediato e suporte respiratório antes da UTI", disse Pazuello. O interino voltou a insistir no “tratamento precoce” da Covid-19, apesar de não existir nenhum medicamento com eficácia comprovada para controlar a contaminação.
"O brasileiro que tiver qualquer sintoma deve procurar o médico, esse médico tem todo o poder soberano de diagnosticar de forma clínica, com base em exames de imagens e testes para definir o tratamento. O brasileiro que for diagnosticado, receba a prescrição dos medicamentos e tome. Não agravando seu quadro, ele não precisará de UTI".
Jair Bolsonaro vem defendendo publicamente o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina em pacientes da Covid-19. O medicamento, porém, não tem eficácia comprovada e seu uso não é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).