Nesta segunda-feira (16/1), enquanto a comunidade internacional está às voltas com a abertura de mais uma edição do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a Oxfam traz números e dados cada vez mais preocupantes sobre o aumento da pobreza e da desigualdade no mundo. Pela primeira vez em 30 anos, a riqueza e a pobreza extremas cresceram simultaneamente.
Na última década, o 1% mais rico da população global ficou com cerca de metade de toda riqueza criada no mundo. Estes e muitos outros apontamentos estão em um relatório denominado “A Sobrevivência do mais rico – porque é preciso tributar os super-ricos agora para combater as desigualdades”.
Entre 2020 e 2022, essa fatia de 1% mais ricos do mundo ficou com quase 2/3 de toda riqueza gerada no período: cerca de US$ 42 trilhões. Isso equivale, segundo a Oxfam, a seis vezes mais do que o total arrecadado por 90% da população global (7 bilhões de pessoas) no mesmo período. Cada bilionário ganhou cerca de US$ 1,7 milhão para cada dólar obtido por uma pessoa que está entre os 90% mais pobres do mundo. Já no Brasil, 0,3% da população brasileira tem um patrimônio superior a R$ 10 milhões de reais. Medidas como regulamentar taxação de grandes fortunas e aumentar as alíquotas do Imposto de Renda Pessoa Física para até 40% podem ampliar a arrecadação em cerca de 3% do PIB, além de ampliar a faixa de isenção, taxar dividendos e mudar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). No caso do Brasil, quem ganha R$ 5 mil paga a mesma alíquota de quem ganha mais de R$ 1 milhão por mês. Conforme os dados da Oxfam, a fortuna conjunta dos bilionários do mundo vem aumentando a uma taxa de US$ 2,7 bilhões por dia.os 3.390 indivíduos mais ricos do Brasil (0,0016%) detêm 16% de toda a riqueza do país, mais do que 182 milhões de brasileiros (85% da população).